sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Agricultores da Chapada do Apodi tem suas terras invadidas pelo DNOCS




Hoje pela manhã, agricultores registraram boletim de ocorrência contra o Departamento Nacional de Obras contra as Secas (DNOCS) por se sentirem ameaçados diante da invasão de suas terras.
 
Mesmo sem nenhum mandado judicial e a permissão dos camponeses, por volta do fim da tarde de ontem, 22 de novembro, funcionários do DNOCS foram encontrados nas terras da agrovila de Palmares, na região da Chapada do Apodi.

Agricultores informam que funcionários do DNOCS adentraram sem identificação, como fardamento ou crachá, pela mata da área coletiva da ASSOCIAÇÃO DOS PRODUTORES RURAIS DE AGROVILA PALMARES/PROMARES, e que estes estão construindo uma ‘estrada desmatada’ dentro da área pertencente aos agricultores sem o conhecimento e o consentimento dos mesmos.
Esta ação faz parte da implantação do ‘Perímetro Irrigado na Chapada do Apodi’ que consiste na desapropriação de 13.855 há (treze mil oitocentos e cinquenta e cinco) hectares para a implementação de um programa de fruticultura irrigada que será comandado por quatro grandes empresas do agronegócio, deslocando de maneira forçada cerca de 6.000 (seis mil) agricultores que vivem em trinta comunidades na região acerca de mais de cinquenta anos.

A possível implantação do projeto desarticulará a experiência agroecológica e da agricultura familiar que é referência em todo o país ao priorizar a monocultura e a exploração de grandes extensões de terra com larga utilização de agrotóxicos, causando diversos problemas aos recursos naturais e à vida humana.

Além da desarticulação do modelo de produção sustentável, a desapropriação das mais de 600 famílias que vivem atualmente no campo, na região da Chapada do Apodi, causará um grave problema social, pois as indenizações a serem pagas aos agricultores serão em valores ínfimos, impossibilitando-os de ter nova moradia e outro sustento.

Os trabalhadores e trabalhadoras rurais se sentem ameaçados por estas invasões e outras ações arbitrárias por parte do DNOCS. Desta forma, se sentem ameaçados, mas afirmam que não sairão de suas terras.

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